O canto é mais que uma simples forma de arte: é expressão, cultura, resistência e também uma poderosa ferramenta de cuidado consigo mesmo. Ao longo da história, diferentes sociedades usaram o canto para celebrar, transmitir tradições e unir comunidades. Hoje, a ciência comprova aquilo que a experiência humana já sabia: cantar traz inúmeros benefícios para o corpo, para a mente e para a vida em sociedade.
Expressar sentimentos e emoções por meio da voz é uma forma de aliviar tensões internas. O ato de cantar pode reduzir sintomas de estresse, ansiedade e até mesmo depressão. Durante o canto, nosso corpo libera substâncias como ocitocina, dopamina e endorfina, neurotransmissores que promovem prazer, relaxamento e bem-estar. Isso se traduz em melhora do humor, fortalecimento da autoconfiança e uma sensação maior de alegria e conforto (Doro MP, Pelaez JM, Dóro CA, Antonechen AC, Malvezzi M, Bonfim CM, et al).
Além dos efeitos emocionais, cantar também atua diretamente no corpo. A prática funciona como um verdadeiro exercício respiratório, fortalecendo a musculatura envolvida na respiração, ampliando a capacidade pulmonar e favorecendo a oxigenação do organismo. Essa atividade contribui para o equilíbrio corporal e melhora até mesmo a postura, já que exige consciência do corpo e do ato de respirar (Roman G).
O canto em grupo vai além da música: fortalece vínculos e cria redes de apoio. Corais, rodas de canto e encontros musicais despertam o senso de pertencimento e podem ser uma forma de resistência cultural, especialmente em contextos de exclusão ou dificuldade social. O cantar coletivo promove acolhimento, solidariedade e um espaço de expressão que é, ao mesmo tempo, individual e coletivo (Sales CA, Silva VA, Pilger C, Marcon SS).
Do ponto de vista cerebral, o canto é um exercício completo. Ele exige memória, coordenação, atenção e concentração. Cada música aprendida e interpretada estimula diferentes áreas do cérebro, funcionando como uma atividade cognitiva que pode ajudar no desenvolvimento de habilidades e até na prevenção do declínio da memória ao longo da vida (Fernandes PV, Grangeiro ES, Silva MN).
Assim, cantar não é apenas um ato artístico, mas uma prática integradora que conecta corpo, mente e sociedade. É um hábito acessível, democrático e transformador, capaz de trazer benefícios que vão muito além da música e que se refletem na saúde, nas relações humanas e na vitalidade da vida cotidiana.
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