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Doping nas Olimpíadas

O que são as drogas que potencializam o rendimento e como funciona o exame que as detectam

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 contam com mais de 10 mil atletas competindo em 32 modalidades esportivas. A fim de garantir a equidade nas competições e preservar a saúde dos atletas, todos os participantes estão sujeitos às regras do Código da Agência Mundial Antidoping (WADA, em inglês), que estabelece diretrizes rigorosas para a prevenção e detecção de uso de substâncias proibidas. Em todas as edições do campeonato, surgem diversas polêmicas acerca de atletas penalizados por serem flagrados fazendo o uso dessas substâncias não permitidas, além de haver discussões diante da veracidade do teste que detecta o doping, uma vez que há casos de falsos-positivos, que, até serem solucionados, atrapalham significativamente a preparação do atleta para a competição. Tendo em vista a competição em andamento, neste artigo você poderá entender um pouco mais as drogas potencializadoras de rendimento, além de desvendar como funciona o polêmico exame antidoping.

Mas afinal, do que se trata o dopingO doping é caracterizado pelo uso de substâncias que podem alterar a resposta do corpo frente a um estímulo. A maior parte de pessoas que busca o doping são atletas de alto rendimento, na tentativa de potencializar ganhos que, fisiologicamente, já atingiram seu máximo para aquele indivíduo, como aumento de força, tolerância à fadiga, agilidade, perda de peso, velocidade de recuperação de lesão tecidual gerada pelo exercício, entre outros. Os primeiros registros de doping nos jogos olímpicos são datados em 2000 A.C., mesmo assim, foi apenas em 1967 que o Comitê Olímpico Internacional (COI) formou uma comissão para classificação, controle e proibição das substâncias utilizadas e suas devidas punições. As substâncias proibidas podem ser divididas em 4 grupos principais: narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes e diuréticos.


As substâncias narcóticas atuam na diminuição da sensação de dor. Já as substâncias estimulantes aceleram o sistema nervoso central, aumentando a energia física e mental do atleta, elevando a adrenalina e reduzindo o cansaço. Assim, são capazes de induzir o aumento da atividade cardíaca e o metabolismo, além de diminuir o limiar da dor.  Por outro lado, os famosos agentes anabolizantes induzem o aumento do tamanho dos músculos, força e potência muscular. Também aumentam o metabolismo basal, o número de hemácias e a capacidade respiratória, fazendo com que o atleta ganhe mais força e resistência ao esforço.


Ainda, diuréticos ajudam a diminuir o peso ao aumentar o fluxo urinário e, consequentemente, impedir a retenção de água, além de viabilizarem a diluição de outras substâncias proibidas na urina. Fora das categorias principais, ainda existem outros métodos utilizados pelos atletas no doping, entre eles: o aumento artificial da captação, transporte ou liberação de oxigênio, manipulação física ou química intravascular do sangue, o doping genético, o uso do hormônio do crescimento (GH) e moduladores metabólicos para aumento da massa magra e redução o tempo de recuperação, e por fim, o consumo de canabinóides, que ajudam o atleta a relaxar e reduzir o estresse da competição.


Tendo em vista a variedade de métodos utilizados para potencializar o rendimento dos atletas, foi necessário desenvolver um teste capaz de detectar a presença de substâncias proibidas no organismo dos competidores. Tradicionalmente, o exame antidoping é feito através da coleta e análise de uma amostra de sangue ou urina, sendo que a escolha do tipo de amostra a ser coletada depende das substâncias que estão sendo testadas. Caso a amostra utilizada seja urina, busca-se de substâncias, metabólitos ou marcadores listados como proibidos. Já no caso da amostra ser sangue, a análise é focada em agentes que afetam a produção de células vermelhas do sangue e os níveis do hormônio GH.


Se o resultado for positivo, o atleta e sua delegação recebem uma notificação e, então, ele é punido através da perda de títulos e medalhas e suspensão temporária ou definitiva. No entanto, existe um histórico de atletas que foram pegos no exame antidoping de maneira errônea, o que fez com que fosse levantada a discussão acerca da qualidade do exame, tendo em vista os danos que as falhas dele podem proporcionar à reputação, preparação e psicológico do atleta. Dessa forma, em 2020, nas Olimpíadas de Tóquio, foi introduzido o método de amostragem através de uma gota de sangue seco como uma ferramenta de triagem complementar. Ele é um procedimento minimamente invasivo que permite que as amostras de sangue sejam transportadas com mais eficiência em comparação com o método tradicional, além de servirem como uma verificação da primeira análise. Assim, ele foi implementado novamente nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.


Portanto, a história do doping  nos Jogos Olímpicos remonta a milhares de anos, mas apenas nas últimas décadas medidas rigorosas foram adotadas para combatê-lo. As substâncias proibidas, narcóticos, estimulantes, agentes anabolizantes e diuréticos, têm diferentes efeitos sobre o desempenho dos atletas, o que torna a detecção e a prevenção do doping um desafio constante. A introdução de novas metodologias, como a amostragem de sangue seco, representa um avanço importante na busca por mais precisão e equidade nos testes antidoping. No entanto, a discussão sobre a confiabilidade desses exames continua, especialmente à luz dos impactos significativos que resultados falsos podem ter sobre a vida e a carreira dos atletas. Com o avanço da ciência e a evolução das técnicas de detecção, espera-se que os Jogos Olímpicos continuem a se tornar um exemplo de competição justa e saudável, preservando a integridade e o espírito do esporte.

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